Repórter Jota Anderson
A celebração de Corpus Christi na Paróquia Nossa Senhora das Dores, reuniu muitos fiéis na manhã desta quinta-feira, dia 30. A Santa Missa iniciou às 8 horas, e em seguida, houve a procissão no entorno da igreja. A celebração foi presidida pelo Padre Reginaldo Carreira e Rodrigo Bernardes.
“Essa celebração da festa do corpo e sangue do nosso senhor Jesus Cristo que publicamente agente manifesta a nossa fé já há muitos anos, e uma alegria, e que a comunidade continue participando ativamente não só da nossa paróquia, quanto das outras paróquias da cidade” destacou o Padre Reginaldo Carreira.
Celebramos nesta quinta-feira a solenidade de “Corpus Christi”. Em alguns países essa festa passa para o domingo seguinte. Estamos dentro deste tempo de reflexão e celebração. A palavra “Corpus Christi”, vem da língua latina e tem como significado: Corpo de Cristo. É uma festa que celebra a presença real e substancial de Cristo na Eucaristia. É realizada na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade que, por sua vez, acontece no domingo seguinte de Pentecostes. É uma festa de preceito, isto é, devemos participar da celebração da Missa neste dia.
A procissão pelas vias públicas, quando é feita, atende a uma recomendação do Código de Direito Canônico (Cân. 944) que determina ao Bispo Diocesano que a providencie, onde for possível, “para testemunhar publicamente a veneração para com Santíssima Eucaristia, principalmente na solenidade do Corpo de Sangue de Cristo”. É recomendado que nestas datas, a não ser por causa grave e urgente, não se ausente da diocese o Bispo (Cân. 395, parágrafo 3). Em muitas cidades portuguesas e brasileiras é costume ornamentar as ruas por onde passa a procissão com tapetes de colorido vivo e desenhos de inspiração religiosa. Esta festividade de longa data se constitui uma tradição no Brasil, principalmente nas cidades históricas, que se revestem de práticas antigas e tradicionais e que são embelezadas com decorações de acordo com costumes locais.
A origem da solenidade do Corpo e sangue de Cristo remonta ao século XIII. Esta solenidade litúrgica foi Instituída pelo Papa Urbano IV(1262-1264), através da bula “transiturus”, de 11 de Agosto de 1264, para ser celebrada na Quinta-feira após a festa da Santíssima Trindade, que acontece no domingo depois de Pentecostes. Urbano IV, antes de ser escolhido Papa, foi Cônego de Liége (Bélgica) e se chamava Tiago Pantaleão de Troyes, o mesmo que recebeu o segredo das visões da Freira Juliana de Liége, que pedia uma festa da Eucaristia no calendário litúrgico. Esta solenidade entra no calendário litúrgico da Igreja para evidenciar e enfatizar a presença real do Senhor Jesus no pão e no cálice consagrados. Após a consagração se torna: Jesus sacramentado. Conta a história que um sacerdote chamado Pedro de Praga, muito piedoso e zeloso pastoralmente, vivia angustiado por dúvidas sobre a presença real de Cristo no pão consagrado. Decidiu então ir em peregrinação ao túmulo dos Apóstolos Pedro e Paulo em Roma, para pedir o dom da fé. Ao passar por Bolsena (Italia), enquanto celebrava a Santa Missa, foi novamente acometido pela dúvida. Na hora da consagração veio-lhe a resposta em forma de milagre: A sagrada hóstia branca transformou-se em carne viva, respingando sangue, manchando o corporal (paninho branco no qual é colocado as sagradas espécies consagradas), o sanguíneo( paninho de limpar o cálice) ea toalha do altar.
Por solicitação do Papa Urbano IV, os objetos milagrosos foram para Orviedo em solene procissão. Esta foi a primeira procissão do corporal Eucarístico. Em 11 de Agosto de 1264, o Papa lançou de Orviedo para o mundo Católico o preceito de uma festa solene em honra do Corpo e Sangue do Senhor.
A festa de “Corpus Christi”, é um convite para uma meditação sobre o valor e a importância da Eucaristia em nossa vida. A Eucaristia é um dos sete Sacramentos e foi instituído na Última Ceia, quando Jesus disse: “Este é o meu Corpo… Este é o cálice do meu Sangue… fazei isto em memória de mim” (Mt 26,26). Assim, vemos que quem pediu que nós ao longo dos tempos e da história celebrássemos s Eucaristia foi o próprio Cristo. A Igreja Católica cumpre este mandato até hoje, para perpetuar a presença salvadora de Jesus na história. O texto bíblico mais evidente e claro sobre a doutrina da Eucaristia é o capítulo 6 de São João. Todo ele é um discurso eucarístico de Jesus que disse “Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele” (Jo 6,56). A Eucaristia é a realização da promessa de Jesus que disse: “Eis que estarei convosco até a consumação dos séculos”(Mt 28).
Santo Tomás de Aquino afirmou: “Nenhum outro sacramento é mais salutar do que a Eucaristia. Pois, nele os pecados são destruídos, crescem as virtudes e a alma é plenamente saciada de todos os dons espirituais. A Eucaristia é o memorial perene da paixão de Cristo, o cumprimento perfeito das figuras da antiga aliança e o maior de todos os milagres que Cristo realizou” que a Eucaristia constitui o maior milagre realizado por Jesus neste mundo. A celebração de Corpus Christi consta de uma Missa, procissão e adoração ao Santíssimo Sacramento. O destaque maior neste dia é a procissão com o Santíssimo, a qual recorda a caminhada do povo de Deus, como um povo peregrino neste mundo. No antigo testamento o povo foi alimentado pelo Maná, no deserto. Hoje, é alimentado com o próprio corpo e sangue de Cristo.
Jesus, Pão do céu e médico celeste que cura e liberta todos aqueles que o buscam. Só ele é capaz de preencher os nossos vazios existenciais e plenificar nossa vida. Façamos parte do seu discipulado! A vida cristã consiste em viver em Jesus Cristo, com Jesus Cristo e por Jesus Cristo neste mundo, ou seja, fazer da vida uma Eucaristia para os irmãos, como Fez o Senhor Jesus . Que o Senhor Jesus, visibilizado pelo dom celestial da Eucaristia, abençoe nossas famílias bem como toda a Nossa Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro.
ARTIGO: