Repórter Jota Anderson
O governo federal anunciou nesta semana a criação do "Crédito do Trabalhador", uma nova linha de crédito consignado voltada para trabalhadores da iniciativa privada. A medida visa oferecer empréstimos com juros mais baixos, aproveitando as garantias do FGTS para reduzir os riscos das instituições financeiras e, consequentemente, os custos para os trabalhadores.
O crédito consignado é uma modalidade popular entre aposentados e pensionistas do INSS, pois permite que as parcelas do empréstimo sejam descontadas automaticamente antes do recebimento do benefício. O novo modelo para trabalhadores do setor privado seguirá um formato semelhante, abrangendo não apenas empregados formais urbanos, mas também trabalhadores rurais, domésticos e empregados de microempreendedores individuais (MEIs).
Diferente de outras modalidades de crédito consignado, essa nova linha não estará diretamente atrelada ao FGTS. Em vez disso, o trabalhador poderá utilizar até 10% do saldo do FGTS como garantia para contratação do empréstimo. Além disso, em caso de demissão, a multa rescisória poderá ser utilizada como garantia adicional para os bancos, minimizando riscos e incentivando a oferta de crédito com taxas mais acessíveis.
Segundo estimativas oficiais, o Brasil conta atualmente com cerca de 47 milhões de trabalhadores formais. Com o uso do FGTS como garantia, o governo projeta que os juros cobrados pelas instituições financeiras poderão cair em torno de 40% em relação às taxas praticadas no mercado tradicional de crédito pessoal.
Para evitar o endividamento excessivo, o governo estabeleceu um limite máximo para os empréstimos concedidos nesta modalidade. O valor das parcelas não poderá ultrapassar 35% do salário bruto do trabalhador. Essa regra segue o padrão adotado em outras linhas de crédito consignado, garantindo que o pagamento da dívida não comprometa integralmente a renda do empregado.
A partir do dia 21 de março, os trabalhadores interessados poderão acessar uma plataforma online para comparar ofertas de empréstimos entre diferentes bancos, permitindo a escolha da melhor taxa de juros disponível. Além disso, quem já possui um empréstimo consignado ativo poderá migrar para essa nova linha a partir de 25 de abril, caso identifique condições mais vantajosas.
Com essa iniciativa, o governo espera ampliar o acesso ao crédito para trabalhadores formais, oferecendo uma alternativa mais segura e econômica para aqueles que precisam de recursos financeiros. A expectativa é que a medida estimule o consumo e ajude na recuperação econômica do país.